Desenvolvendo a Gestão Proativa

Como sempre dizemos, nenhuma empresa será realmente proativa se ela não desenvolver as capacidades para a Proatividade de Mercado. Sem elas, até se poderá criar alguma ou outra estratégia antecipatória pontual, mas a empresa carecerá de uma cultura perene e de fomento à prática proativa mais frequente.

Essa cultura está no âmago do desenvolvimento da proatividade, ou seja, é necessário que a empresa promova permanentemente a gestão das capacidades proativas, abrindo espaço em suas práticas para a antecipação do futuro. Esse verdadeiro mindset da proatividade de mercado se forma a partir do gerenciamento das capacidades, em número de oito, e agrupadas em quatro pilares de gestão distintos, mas absolutamente interligados e complementares.

Repetimos: o comportamento proativo é resultado, consequência direta de uma boa gestão das capacidades para a proatividade de mercado.

Gerenciando as capacidades

Nenhuma capacidade se desenvolve por si só: deve ser trabalhada e tornar-se parte da cultura da empresa. Além disso, as capacidades não constituem variáveis isoladas: o efeito de uma capacidade será suportado – ou extinguido – por outras capacidades a ela relacionadas. Para gerenciar as capacidades para a proatividade de mercado a empresa deverá praticar a gestão proativa, ou seja, a postura gerencial voltada a desenvolver as capacidades para a proatividade de mercado.

A gestão proativa aglutina as oito capacidades descritas em quatro pilares distintos, cada qual voltado a gerenciar capacidades específicas. Cada dimensão da gestão proativa engloba duas capacidades. As oito capacidades devem formar um conjunto coeso, porque interligadas e complementares. Esse conjunto configura uma verdadeira metacompetência para a proatividade de mercado, ou seja, uma capacidade maior que ultrapassa o mero desenvolvimento de uma ou outra capacidade em particular.

Confira na sequência como esses quatro pilares da Gestão Proativa trabalham.

Os quatro pilares da gestão proativa

A gestão do futuro-hoje engloba as capacidades da empresa em visualizar realidades futuras e de gerenciar a já descrita pressão do curto prazo. A expressão “futuro-hoje” representa uma nova visão em relação ao futuro, onde esse é tido não como algo que está por vir, mas sim, uma realidade que se constrói no presente. Acreditar no futuro-hoje traduz a refinada habilidade dos estrategistas em agir no presente tendo em vista o futuro. O exercício dessa habilidade, no entanto, só se efetiva se a empresa detiver as capacidades de imaginar realidades futuras e de romper com a pressão do curto-prazo.

A gestão da incerteza diz respeito às capacidades da empresa em lidar com o risco e o erro, dois elementos sempre presentes quando se buscam antecipar momentos-zero do mercado. Lidar com a incerteza constitui um dos principais desafios aos líderes e gestores que pretendem que suas empresas sejam menos reativas. E para lidar com a incerteza é necessário justamente que a empresa reverta o modelo mental relativo ao risco e ao erro. A forma de lidar com esses dois elementos assume, no âmbito da proatividade, natureza diversa da que estamos acostumados a conceber. Nesse contexto, o conceito que separa de forma radical o sucesso e a falha é reinterpretado e ultrapassado: empresas proativas sabem que “nada é mais arriscado do que não correr risco algum”, e esse, com certeza, é o maior erro de todos.

A gestão da inovação proativa envolve as capacidades da empresa em inovar proativamente e também de gerenciar de forma flexível. A inovação proativa reflete uma nova postura diante do processo inovador, realmente voltada a quebrar com as regras de mercado vigentes. Além da capacidade de inovar proativamente, a gestão da inovação proativa requer uma disposição da empresa em atuar de forma mais flexível em relação as suas operações e hierarquias. Entende-se que estruturas burocráticas marcadas por forte controle e normatização são nocivas à proatividade de mercado, pelo fato de inibirem a autonomia e a geração de insights inovadores.

A gestão do comportamento proativo abrange as capacidades da empresa em liderar proativamente e de identificar e desenvolver pessoas proativas. A liderança proativa representa o tipo de liderança voltado a promover comportamentos e ações voltados à antecipação, à criatividade e à construção de novas formas de trabalho. Líderes proativos são líderes transformadores, que contrapõem o estilo tradicional de liderança marcado pelo controle e supervisão. Esse estilo de liderança está em sintonia com a segunda capacidade gerenciada pela gestão do comportamento proativo, a capacidade de desenvolver a proatividade pessoal.

Empresas proativas devem identificar, desenvolver e manter em suas equipes de trabalho pessoas com perfil proativo, cujas competências deem respaldo para a execução das estratégias proativas traçadas. Isso porque a proatividade pessoal não é um talento raro detido por apenas alguns privilegiados. Como toda competência, pode ser trabalhada e treinada. Empresas proativas reconhecem que as pessoas são potencialidades proativas esperando para serem aproveitadas.