10 Sinais Fortes em 2014

Postado em 23/01/2014 | Autor: proatividade

Já escrevemos aqui que os sinais de mercado são fontes vitais para a construção da proatividade. Isso pressupõe uma habilidade de mão dupla: as empresas devem interpretar os sinais fortes – aqueles que já dão mostras bem claras de mudanças vindouras –, ao mesmo tempo em que garimpam sinais fracos – mais tênues e por isso valiosos e fonte de vantagem competitiva. Responda a um sinal fraco com antecedência e isso poderá colocar sua empresa a anos-luz dos competidores. Mas não se esqueça dos sinais fortes. Eles também têm muito a dizer.

No emaranhado de informações que nos envolve, muitas vezes fica difícil distinguir sinais de ruídos de fundo, ou seja, eventos dignos de nota de boatos e informações nem tão assertivas. Assim, descrevemos abaixo alguns fatos e tendências que têm aparecido com certo destaque já há algum tempo na mídia. São sinais em sua maioria fortes, mas que podem ensejar reflexões estratégicas relevantes. Veja o que elas têm a dizer para a realidade da sua empresa. O que esses sinais podem representar em termos de oportunidades e ameaças futuras. Enfim, o que fatos hoje ditos como bastante prováveis poderão trazer para o mercado onde a sua empresa atua.

Lembre-se: sinais fortes também são importantes. Mantenha-os em seu radar estratégico.

    1. Nos próximos 10 anos o Brasil dificilmente irá superar a lacuna competitiva que o separa dos países desenvolvidos. Cresceremos em PIB, mas não teremos o mesmo progresso em termos de condições para a inovação e pesquisa. Estamos hoje na 56ª posição no ranking mundial de competitividade. Há seis anos não saímos desse patamar. Infraestrutrura precária, tributação e burocracia excessivas continuarão a atravancar negócios.

    1. A lacuna entre o forte crescimento dos salários e o baixo incremento da produtividade continuará existindo. Em decorrência, não há perspectivas de curto prazo para a melhoria do Custo Brasil. No período 2001-2012, na base 100, o salário médio chegou à casa de 269, enquanto a produtividade estagnou em 101, ou seja, não aumentou em uma década.

    1. O Brasil continuará sendo um alvo promissor de investimentos estrangeiros. A previsão para 2014 é que a marca de 60 bilhões de dólares em entrada de capital atingida em 2013 se repita. A estabilidade política e econômica alcançada pelo país motivou um crescimento saliente na entrada de capital forasteiro e na confiança depositada no país. Em 2013 houve recorde histórico de investimentos estrangeiros em terras brasileiras

    1. O agronegócio e a construção civil serão a mola do desempenho econômico. Nenhum país conseguiu produtividade agropecuária como o Brasil nas últimas quatro décadas.  Já somos a 4ª força exportadora do mundo no agribusiness. E para 2030 estima-se um mercado imobiliário com investimentos na ordem dos 500 bilhões de Reais, com crescimento que se notará de forma especial a partir de 2015.

    1. A população urbana continuará em crescimento, estimando-se que em 2030 represente 91% da população. Já o crescimento demográfico prosseguirá em queda, ficando em 0,7% em 2030. Haverá aumento substancial no número de famílias, mas essas terão cada vez menos componentes (3,1 em 2007, para 2,4 em 2030). A base da pirâmide representará, em 2030, ¾ da população economicamente ativa

    1. Os mercados consumidores que mais crescerão nos próximos 15 anos serão os de saúde e educação (variação anual de 4,4%), serviços (4,0%) e bens de consumo duráveis (3,8%).

    1. Novos mercados em ebulição passarão longe dos eixos tradicionais de crescimento. O tão celebrado BRICs perderá terreno para novos mercados de fronteira. Dentre eles, países como o Quênia, Vietnam, África do Sul e Turquia, os quais já despontam como novos eldorados de negócios.

    1. Em 2030 o Brasil será a 6ª economia do mundo e a 4ª em 2050, atrás somente de China, EUA e Índia. Os três primeiros países serão a locomotiva do PIB mundial nas próximas décadas.  É certo que a China dominará a economia do planeta.

    1. O grande desafio para países como o Brasil, China e México será deixar para trás o estágio de nações emergentes, para ingressar no seleto grupo dos países desenvolvidos, como fizeram Japão e Coréia do Sul a partir da década de 90. Para tanto, será necessário ir além da mera exportação de commodities (apenas 3,3% das exportações brasileiras, em 2011, foi de produtos com alto valor agregado) e investir pesado em infraestrutura, empreendedorismo e educação. A internacionalização das empresas brasileiras também é fator preponderante nessa empreitada.

  1. A pirâmide populacional brasileira deixará de ser definitivamente uma pirâmide em 2050, exibindo o envelhecimento da população, decorrente do aumento da longevidade e das baixas taxas de natalidade. A média de filhos por casal será de 1,5: ou seja, um casal não reporá outro. A mulher terá cada vez mais presença na economia produtiva e no consumo (hoje, elas já respondem por 80% das compras da casa e por 45% das compras de automóveis). A célula familiar nuclear tradicional – pai, mãe e filhos – cederá cada vez mais espaço para novos formatos familiares. Hoje, esse formato – absolutamente dominante na década de 70 – já responde por apenas 40% das formações familiares.

O que esses sinais fortes dizem para a sua empresa? Como podem impactar as estratégias de mercado no curto e longo prazos?  Que outras mudanças se escondem na dinâmica desses sinais? Essas perguntas são oportunas nesse início de ano e podem trazer bons insights para os gestores de sua empresa. Portanto, coloque-as em prática.



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