O onipresente Planejamento Estratégico dispensa apresentações. Que gestor já não ouviu falar ou trabalhou com a famosa matriz SWOT? Que gerente não traçou objetivos e estratégias ou desenhou mapas de indicadores? Mas, já reparou como não se fala com igual frequência das mazelas dessa ferramenta tão utilizada no mundo corporativo?
Os planos estratégicos, em sua grande maioria, deixam a desejar em termos de concretização. E nossa experiência como consultores nos mostra que, geralmente, o hiato entre a formulação estratégica e a execução tem origem em cinco questões. São os cinco vilões do planejamento, que podem colocar a perder todo o trabalho de construção estratégica. Confira:
1. DESVINCULAR O PLANO ESTRATÉGICO DO ORÇAMENTO
Como ouvimos certa feita de um executivo: “você sabe que suas estratégias estão acontecendo quando você começa a gastar dinheiro com elas”. Ou seja, sem recursos não há estratégia, por melhor que sejam as intenções. Desvincular os objetivos e estratégias da realidade financeira da empresa é autoengano.
2. PENSAR QUE TODOS COMPRARAM O PLANO
Organizações são entes coletivos. Aglutinam, portanto, diferentes ideias, modos de ver, preconceitos, níveis de motivação, inteligência e ambição, peculiares a todos os membros que as compõem. Seria ingenuidade pensar que todos os profissionais em uma empresa irão comprar o plano de forma convergente e positiva. Não identificar agendas ocultas, desinteresses velados e boicotes tácitos, pode ser o começo de um plano que irá patinar no atoleiro.
3. DESATRELAR A RECOMPENSA DOS RESULTADOS
Uma das grandes ameaças à execução de um plano estratégico é negligenciar a recompensa a sua consecução. Executivos e gestores devem ser remunerados pelos resultados alcançados. Pesquisas mostram que nas empresas onde essa política funciona os níveis de implementação dos objetivos e estratégias são superiores à média.
4. NÃO EXPLICAR E DETALHAR O PLANO
Em algumas empresas pelas quais já passamos, o grande erro foi supor que todos entenderiam o plano de forma automática. A experiência nos ensinou que nem sempre isso é o que acontece, principalmente em companhias de mão-de-obra intensiva e pouco qualificada. Investir tempo em uma apresentação do plano a toda à empresa é algo simples de ser feito e que irá turbinar o engajamento das pessoas. Lembre-se: ninguém se engaja em algo que sequer entendeu.
5. NÃO DAR TEMPO AO LONGO PRAZO
A maioria das empresas segue presa ao que, há tempos, denominamos de “tirania do curto prazo”. Em outras palavras: os gestores simplesmente não conseguem tempo para cuidar dos objetivos e estratégias de horizonte mais largo. Resultado: temos visto muitos gestores – que deveriam ser estratégicos – atuando a maior parte do tempo no operacional. O “plano fica para segundo plano”, como gostamos de dizer. O incêndio do dia – e sua fumaça – acaba encobrindo a visão de futuro.
Fique atento: os vilões do Planejamento Estratégico estão sempre à solta, esperando para dinamitar as estratégias e o futuro da sua empresa!