O presidente que embraveceu os executivos de Wall Street (e o que isso tem a ver com a Proatividade de Mercado)

Postado em 27/06/2014 | Autor: proatividade

Uma notícia recente e que passou um tanto despercebida da mídia merece nossa reflexão. Mais precisamente, a nota diz respeito a uma capacidade que já analisamos aqui várias vezes: a capacidade de gerenciar a pressão do curto prazo. Uma questão sempre viva e, como sabemos, difícil de ser tratada.

 

Tudo começou quando Larry Fink, presidente-executivo da BlackRock – nada mais, nada menos, do que a maior administradora de recursos do mundo – enviou uma carta para os gestores das companhias listadas no S&P500, um dos principais índices de ações dos Estados Unidos.

O texto de Fink irritou profundamente os destinatários, tanto que recebeu até alguns telefonemas de retorno nada amistosos dos executivos. Isso porque o celebrado presidente da BlackRock – que administra 4 trilhões de dólares em ativos no mundo – chamou a atenção justamente para os perigos da visão de curto prazo, a qual cada vez mais traça o curso das estratégias nas grandes corporações.

Segundo Fink, a carta foi um chamamento para que os investidores coloquem o foco também nos resultados de longo prazo. Em sua visão, as empresas devem investir em crescimentos futuros, escorando com isso a capacidade de retornos sustentáveis de horizonte mais afastado.  Falando a respeito, Fink chegou a afirmar que os EUA precisam urgentemente de uma voz em prol do longo prazo.

Em uma das passagens da carta, Fink conclama os líderes das empresas (que chamaríamos aqui de líderes proativos), afirmando que é deles a responsabilidade de persuadir as companhias a terem uma visão estratégica de longo prazo. Segue, dizendo que esses líderes devem procurar e atrair o que denomina de “capital paciente” (em oposição ao capital impaciente que citamos em nosso livro Empresas Proativas e que tanto atrapalha uma visão de futuro mais ampla). Para tanto, a alta gerência precisa mostrar aos investidores os drivers do real valor no mercado, as possibilidades de retorno de longo prazo e – segundo Fink o que é mais importante – que métricas os acionistas deveriam por em prática para auxiliar os gestores de suas empresas nessa empreitada (os indicadores para a Proatividade de Mercado, como gostamos de sustentar).

Finalmente, vale destacar a relevância que Fink deposita na Governança Corporativa em prol de uma visão de resultados de futuro mais ampla. Para ele, o papel da governança é crítico na construção de organizações mais afeitas ao longo prazo e estrategicamente preparadas para assumir essa posição.

Verdadeiramente, a carta de Fink é uma lição de Proatividade de Mercado. Mais do que isso, é um puxão de orelhas providencial nas empresas e gestores focados somente na premência do presente.

Leia a carta de Larry Fink na íntegra em http://online.wsj.com/public/resources/documents/blackrockletter.pdf



2 Respostas para “O presidente que embraveceu os executivos de Wall Street (e o que isso tem a ver com a Proatividade de Mercado)”

  1. Paulo Peres

    Olá, existe algum e-mail para contato para algum dos dois professores? A seção “contato” não funciona. Gostaria de enviar dúvidas sobre o livro.

    Obrigado
    @pauloperes
    paulocomunica@gmail.com

    Responder

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