Os Três Pecados da Empresa Reativa

Postado em 01/04/2014 | Autor: proatividade

Já parou para pensar em quantas empresas desapareceram, em algum momento do tempo, por terem sido por demais reativas? Qual foi o erro dessas organizações? Terem sido reativas por si só? Pensamos que não. O problema delas foi justamente com a dosagem de reação ao mercado. Elas exageraram na porção de reatividade, ficando totalmente estancadas e submergindo em meio à mudança de mercado. Essas empresas entraram no que chamamos de estado de aflição. Empresa aflita – como já comentamos aqui – é aquela que não consegue nem mesmo responder à transformação do mercado, ficando paralisada diante das novas realidades.

Estratégias reativas, próprias das empresas seguidoras, não são ruins por elas próprias. Quando aplicadas na dose certa, são vitais para qualquer negócio. Afinal, já sabemos, nenhuma empresa é proativa 100% do tempo, nem seria recomendável e nem mesmo possível isso acontecer. Quando, por exemplo, se repara algum erro ou dano causado a algum cliente que reclamou, está aí um exemplo de reatividade saudável. Ou quando se muda alguma operação em contra-ataque a uma ação da concorrência. É aquilo que chamamos de reatividade inteligente. O problema, entretanto, é que o canto da sereia da reatividade pode iludir os estrategistas, que passam a se acostumar com a simples reação.  A empresa então passa a cometer alguns “pecados mortais” em relação à ação reativa. Vamos citar os três que nos parecem mais danosos:

Os pecados mortais da empresa reativa

Primeiro pecado: a empresa fica presa somente às demandas e afazeres do curto prazo, negligenciando a mudança futura. É como se o presente ofuscasse o futuro, cegando a empresa para o amanhã. Na conhecida alegoria do “apagar incêndio”, os estrategistas vêm-se às voltas cuidando somente do hoje, muitas vezes sem se dar por conta que uma nova realidade já bate à porta. É o que chamamos, em nosso primeiro livro, de Tirania do Curto Prazo.

Segundo Pecado: a empresa torna-se por demais confiante, entendendo que o seu modelo de negócio seja o melhor. Excesso de confiança é tão nefasto quanto não ter nenhuma. A arrogância de mercado é uma das causas que levam ao estado de reatividade exacerbada. Gostamos de dizer que modelos de negócio são como escadas: não adianta apoiá-los na parede errada. Às vezes a empresa entende que jamais será ameaçada ou perderá seu posto no mercado. Ledo engano.

Terceiro Pecado: a empresa pratica o que chamamos de Redução Tripla: reduz a estratégia à simples adaptação; o marketing, à simples satisfação das necessidades dos clientes; a inovação, à simples melhoria dos produtos e processos. Essa redução, em seu conjunto, acaba por bloquear qualquer experiência proativa.

Convite para uma reflexão final

Como será a proatividade de uma empresa que tem seus pilares de gestão básicos construídos sobre a reatividade? A história econômica mostra diversos exemplos de empresas que cometeram algum dos equívocos acima. Gigantes que sucumbiram; líderes que foram varridos do mapa. Suas trajetórias comprovam os danos de uma reatividade extrapolada. Excedida. Dos defeitos da reatividade a toda a prova. Algumas vezes por aversão ao risco, noutras por acreditar na duração do mercado, o certo é que essas empresas se atrasaram ou até perderam o tempo da oportunidade. O valioso tempo da antecipação.

Já parou para pensar sobre isso?



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