O Erro e a Proatividade de Mercado

Postado em 08/11/2011 | Autor: Proatividade Mercado

Temos visto que as empresas proativas são aquelas que, além de outras coisas, sabem lidar com o erro. Isso não é tarefa fácil e raras são as empresas que detêm essa habilidade. Temos uma explicação para isso: Somos programados desde a infância para abolir o erro. Na escola, a resposta certa não anula a errada. Nesse paradigma anti-erro as falhas são vistas como fatos apenas e tão somente negativos. Consequência: crescemos e seguimos detestando errar. Não é diferente com os gestores.

Amy Edmondson, de Harvard, há 20 anos estuda o aspecto do erro nas organizações. Ela observa que a maioria dos executivos comete dois equívocos básicos em relação ao erro: (1) eles acham o erro ruim; (2) eles acham que é simples aprender com o erro. Nem uma coisa nem outra: erros não são somente negativos (como gostamos de dizer, muitas vezes o fracasso pavimenta a estrada do sucesso), e aprender com o erro não é tão simples quanto possa parecer (pelo simples fato das empresas carecerem das técnicas e ferramentas necessárias para fazer do limão, literalmente uma limonada).

Lidando com o ERRO

Em nosso livro tratamos da questão do erro dentro do que denominamos de gestão da incerteza. Descrevemos aí como ainda existe muita retórica em relação ao elemento erro nas organizações. Discursos “politicamente corretos” em relação às falhas são lugar-comum, mas apenas encobrem culturas refratárias e punitivas aos erros de percurso. Defendemos ainda a ideia de que uma das saídas para esse dilema resida na capacidade da empresa em “errar acertadamente”.

Mas o que isso significa? Que existem erros “certos” e erros “errados”. Erros errados ocorrem por desatenção, incapacidade, negligência, enfim, são erros que sob hipótese alguma devem ser aceitos. Um erro operacional é um exemplo básico do que chamamos de “erro errado”. Mas há os erros certos, aqueles oriundos da exploração, da inovação, do experimento. Esses são os erros que nos interessam e devem interessar à empresa proativa. Nada de errado em errar se você erra na busca de algo novo, e se esse erro não foge ao limite do aceitável (não colocar a saúde e a imagem da empresa em cheque).

Nem todo erro é igual, portanto, e existem erros e “erros”. Aprender com o erro e gerar proatividade a partir dele pressupõe saber essa diferença. Pressupõe não temer o chamado “erro inteligente” – termo cunhado por Sim Sitkin, da Duke University –, aquele que faz com que a empresa seja mais afeita ao risco (outra capacidade essencial para a proatividade de mercado), mais inclinada às inovações de ruptura, enfim, aos grandes momentos-zero do mercado.

 



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